segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012


       Só escrevo quando vivo intensamente, há momentos em que é como mergulhasse e ficasse sem respirar por algum tempo, que me parece durar uma eternidade. E, nesses momentos, não produzo, não me sinto capaz de escrever um parágrafo sequer, escrevo apenas frases, que são fragmentos que me preparam para a próxima descarga de intensidade que está por vir.

       Porque intensidade é tudo, tudo do que preciso para escrever. Talvez por isso, como me disse uma amiga, minha escrita é real, porque só escrevo a partir do que realmente vivo e da intensidade que esse viver pressupõe. É ela quem me impulsiona sempre a dar os próximos dez passos em direção à utopia, sabendo que sempre precisarei de mais dez, e mais dez.

       A partir das muitas personalidades e facetas que vou descobrindo em mim, é que se descortina minha escrita. E é só me permitindo viver e elaborando, digerindo cada uma dessas vivências, que vou conhecendo as muitas mulheres existentes, como diria Almodovar, na pele que habito.

3 comentários:

Gugu Keller disse...

Escrever de verdade é arriscar tudo a cada frase.
GK

Kátia Moller disse...

Sempre!!!

édi disse...

Me identifiquei demais com esse teu post,eu como compositor,vivo e sinto as mesmas coisas!
As vezes passo muito tempo sem compor,ai quando acontece algo..., BUM
Gostei muito

Postar um comentário